Democracia tem homenagem 'vazia' no Corinthians. Apenas três jogadores estiveram presentes na cerimônia: Juninho Fonseca, Ataliba e Zenon.
A diretoria do Corinthians homenageou na manhã deste sábado (20) alguns representantes da Democracia Corintiana, movimento histórico do clube, do início dos anos 1980. O evento no auditório do Parque São Jorge contou com maciça participação de torcedores, mas não teve a presença dos principais ícones do período: Sócrates, Wladimir e Casagrande.
Crítico da gestão de Andrés Sanchez na presidência, Sócrates já havia declinado do convite e também não poderia participar por ter sido internado, na sexta-feira (19), com hemorragia digestiva devido a hipertensão portal. Os outros dois, segundo o departamento cultural do Corinthians, não compareceram para visitar o "Doutor" na UTI do Hospital Albert Einstein.
Adílson Monteiro Alves, diretor de futebol da época, lamentou a ausência dos três líderes da Democracia e também de outros representantes do período.
- Entendo perfeitamente como foi montada essa cerimônia e sei da limitação de seus organizadores. Mas falta muita gente nesta mesa, muita gente que foi muito importante para que houvesse a Democracia Corintiana. Não estão aqui Biro-Biro, Wágner, Mauro, Zé Maria. Eu entendo ser impossível estarem todos aqui, mas também não estão aqui massagistas, roupeiros e médicos daquela época.
Além de Adílson, foram Waldemar Pires (presidente da época), Mário Travaglini (técnico da época) e três ex-jogadores: Juninho Fonseca, Ataliba e Zenon. Os dois últimos marcaram os pés na Calçada da Fama do Memorial e se disseram emocionados pelo reconhecimento do clube.
A Democracia Corintiana teve início em 1981, quando jogadores politizados como Sócrates, Wladimir e Casagrande ganharam voz nas decisões do clube, juntamente com o restante do elenco, em meio ao período do regime militar no Brasil. Tudo, desde horários de trabalho a contratações, passou a ser decidido pelo voto, com participação do roupeiro ao presidente. O ex-treinador Travaglini lembrou da época.
- Todo mundo pensava que era uma bagunça, indisciplina. Se tivesse acontecido isso, não teríamos ganhado nenhum título. Pelo contrário, nós ganhamos [bicampeonato paulista 1982/1983]. Autoridade, você tem que saber gerir. Eu não era autoritário, eu dava a liberdade aos atletas. Eles eram os artistas.
Fonte: Gazetaesportiva.net
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