Jack Warner, ex-presidente da FIFA, o qual pediu demissão em julho deste ano por suspeita de corrupção, fala de presentes em dinheiro em um vídeo difundido terça-feira passada pelo jornal britânico Daily Telegraph.
O vídeo, mostra uma reunião da União caribenha de futebol (CFU), em maio, através da qual Warner dá conselhos aos delegados sobre os presentes em dinheiro oferecidos por Mohamed Bin Hamman, ex-presidente da Confederação asiática de futebol (AFC), naquele período candidato à presidência da FIFA e excluído da instituição em julho por corrupção.
Neste vídeo, Warner afirma ter dado conselho a Bin Hamman de não oferecer diretamente o dinheiro aos delegados, mas sim a CFU para que ela redistribua o “presente”.
Bin Hamman foi acusado de ter comprado votos durante esta reunião, com envelopes recheados de dinheiro, cada um contendo 40.000 dólares.
Depois disso, Hamman foi substituído no comando da AFC e também do comitê executivo da FIFA pelo chinês Zhang Jilong.
O caso estourou antes da eleição à presidência da FIFA quando Bin Hamman queria disputar com o atual presidente Joseph Blatter.
“Eu falei pra ele, se você trouxer o dinheiro, eu não quero que você distribua para qualquer um, mas se você quiser fazer direito, entregue para a CFU e a CFU redistribuirá aos seus membros”, declarou Waner aos delegados.
“Pois não quero que fique parecendo que alguém votou em seu favor por causa dos “presentes”, continuo Warner.
“Eu sei que aqui tem gente que se acha santo. Se alguém é santo, que vá para a igreja, mas o fato é que nossos negócios são nossos negócios”, prosseguiu o dirigente caribenho dizendo que eles poderiam devolver o dinheiro: “Se alguém aqui tem problema de consciência e quer devolver o dinheiro, estou disposto a pegá-lo e a devolvê-lo (a Bin Hamman) a qualquer instante”.
Ainda no mesmo vídeo, Warner explica aos delegados do Caribe que uma reeleição de Blatter poderá facilitar a sucessão do suíço pelo francês Michel Platini: “Não temos certeza que seja bom para nossos interesses ter um presidente francês e um secretário geral francês…”, explicou Warner referindo-se a Jérôme Valcke, atual secretario geral da FIFA.
“Temos que garantir que Platini não seja o herdeiro automático da FIFA. Pois se isso acontecer, a FIFA se transformará em uma província francesa, para sempre”, concluiu Warner.
Bin Hammam finalmente retirou a sua candidatura e Blatter foi reeleito sem oposição no comando da FIFA no dia 1 de junho.
Austin Jack Warner, 68 anos, homem de negócios originário de Trinidad Tobago, pouco conhecido do grande público, era o personagem mais influente da FIFA até a sua demissão no dia 20 de junho.
Fonte: Blog do Xico Malta
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